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Os problemas e desafios derivados da degrada\u00e7\u00e3o ambiental, em especial a vergonhosa quest\u00e3o de reduzidas pol\u00edticas p\u00fablicas voltadas para o cuidado do ambiente, habita\u00e7\u00e3o e saneamento, apontam alternativas para o futuro e nos trazem elementos que permitem o incremento do di\u00e1logo, facilidade na comunica\u00e7\u00e3o e intensa mobiliza\u00e7\u00e3o participativa das comunidades locais, com condutas mais cuidadosas, incorporando novos valores sustent\u00e1veis necess\u00e1rios para a rela\u00e7\u00e3o harmoniosa do homem com a natureza.<\/p>
Cada vez mais recorrente os impactos ambientais atingem os aspa\u00e7os habitados causando danos volumosos. Enquanto significativa parte da nossa popula\u00e7\u00e3o clama por chuva, para regar seus campos, encher seus a\u00e7udes, rios e mananciais, outros clamam por sol. Alguns buscam culpados pelas secas, desertifica\u00e7\u00e3o, refugiados; outros pelas mortes, enchentes, terremotos, casas inundadas, m\u00f3veis utens\u00edlios\/safras perdidas, preju\u00edzo patrimonial e rotinas alteradas.
O \u00fanico ingrediente que est\u00e1 sempre ausente em todas as an\u00e1lises sobre secas e enchentes \u00e9 a falta de gest\u00e3o\/fiscaliza\u00e7\u00e3o\/vis\u00e3o hist\u00f3rica sobre como foi que as cidades\/comunidades cresceram.<\/p>
Mananciais, v\u00e1rzeas e \u00e1reas marginais dos rios\/c\u00f3rregos que corriam mansamente nas encostas\/plan\u00edcies foram sendo tomados por ocupa\u00e7\u00f5es sem planejamento, infraestrutura que s\u00e3o verdadeiras f\u00e1bricas de esgoto, lixo, polui\u00e7\u00e3o, somando asfalto\/cal\u00e7adas e constru\u00e7\u00f5es impermeabilizando o solo.<\/p>
Quando a chuva vem n\u00e3o tem por onde escoar. N\u00e3o bastasse a for\u00e7a da \u00e1gua, l\u00e1 v\u00eam lixo e entulho largados, entupindo bueiros nas ruas e pra\u00e7as.<\/p>
Alertas s\u00e3o recorrentes, temos que priorizar planos de conting\u00eancia, focar e unir esfor\u00e7os, urgentemente, em a\u00e7\u00f5es concretas de recupera\u00e7\u00e3o das matas, nascentes, rios e lagoas, constru\u00e7\u00e3o de reservat\u00f3rios, pagamentos por servi\u00e7os ambientais, onde prevalecer\u00e1 um ou outro planejamento, conforme fundamenta\u00e7\u00e3o e for\u00e7a relativa dos atores envolvidos nas composi\u00e7\u00f5es dos comit\u00eas, colegiados formados por representantes do governo, de usu\u00e1rios de \u00e1guas e da sociedade civil organizada que tenham rela\u00e7\u00e3o com os recursos h\u00eddricos.<\/p>
H\u00e1 relativo tempo, temos conselhos, comit\u00eas e uma legisla\u00e7\u00e3o exemplar nas esferas municipais, estaduais e federais, para a gest\u00e3o de recursos h\u00eddricos.<\/p>
Nas reuni\u00f5es, podemos: tomar decis\u00f5es e definir medidas necess\u00e1rias para o cuidado da \u00e1gua, sua qualidade e quantidade suficiente para o abastecimento da popula\u00e7\u00e3o; produzir e ter acesso a informa\u00e7\u00f5es sobre todos os rios, lagoas, mares, nascentes e \u00e1guas subterr\u00e2neas da regi\u00e3o; propor os usos que ser\u00e3o permitidos para utiliza\u00e7\u00e3o dos corpos h\u00eddricos; debater os conflitos relativos ao uso da \u00e1gua e propor solu\u00e7\u00f5es; aprovar e acompanhar a execu\u00e7\u00e3o do Plano de Bacia, que conter\u00e1 as a\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias para recupera\u00e7\u00e3o, gest\u00e3o, conserva\u00e7\u00e3o permanente e prote\u00e7\u00e3o dos recursos h\u00eddricos; estabelecer a cobran\u00e7a pelo uso da \u00e1gua e sugerir valores a serem cobrados, recursos que ser\u00e3o aplicados em a\u00e7\u00f5es previstas nos Planos de Bacias.<\/p>
Ao longo destes anos, t\u00eam faltado vontade pol\u00edtica e coragem aos governantes, legislativo e \u00e0 pr\u00f3pria sociedade para, enfim, darmos o passo que falta para que sejam criadas as ag\u00eancias dos comit\u00eas de bacias das regi\u00f5es hidrogr\u00e1ficas. Trata-se de um ente executivo com recursos financeiros advindo da cobran\u00e7a pela \u00e1gua, essenciais para p\u00f4r em pr\u00e1tica os planos\/projetos de recupera\u00e7\u00e3o\/conserva\u00e7\u00e3o dos corpos h\u00eddricos, para que a \u00e1gua n\u00e3o falte para os diversos usos.
Vamos cortar muito na carne, at\u00e9 que aprendamos a dar \u00e0 natureza o respeito que ela merece.<\/p>
Donato Velloso, ativista,coordenador do Pacto de Resgate Ambiental, diretor de Ecodesenvolvimento da Acibarra, membro do Comit\u00ea Baia da Guanabara e do Subcomit\u00ea de Jacarepagu\u00e1<\/p>","indexed":"1","path":[1,79],"photo-thumb":null,"sdescr":null,"tags":[],"extracats":[],"request":"public","redir":null,"type":"showroom"},w.pageload_additional=[],w.cg_webpartners_dl=!0,w.cg_holiday=0;})(window,top)
Os problemas e desafios derivados da degradação ambiental, em especial a vergonhosa questão de reduzidas políticas públicas voltadas para o cuidado do ambiente, habitação e saneamento, apontam alternativas para o futuro e nos trazem elementos que permitem o incremento do diálogo, facilidade na comunicação e intensa mobilização participativa das comunidades locais, com condutas mais cuidadosas, incorporando novos valores sustentáveis necessários para a relação harmoniosa do homem com a natureza.
Cada vez mais recorrente os impactos ambientais atingem os aspaços habitados causando danos volumosos. Enquanto significativa parte da nossa população clama por chuva, para regar seus campos, encher seus açudes, rios e mananciais, outros clamam por sol. Alguns buscam culpados pelas secas, desertificação, refugiados; outros pelas mortes, enchentes, terremotos, casas inundadas, móveis utensílios/safras perdidas, prejuízo patrimonial e rotinas alteradas.
O único ingrediente que está sempre ausente em todas as análises sobre secas e enchentes é a falta de gestão/fiscalização/visão histórica sobre como foi que as cidades/comunidades cresceram.
Mananciais, várzeas e áreas marginais dos rios/córregos que corriam mansamente nas encostas/planícies foram sendo tomados por ocupações sem planejamento, infraestrutura que são verdadeiras fábricas de esgoto, lixo, poluição, somando asfalto/calçadas e construções impermeabilizando o solo.
Quando a chuva vem não tem por onde escoar. Não bastasse a força da água, lá vêm lixo e entulho largados, entupindo bueiros nas ruas e praças.
Alertas são recorrentes, temos que priorizar planos de contingência, focar e unir esforços, urgentemente, em ações concretas de recuperação das matas, nascentes, rios e lagoas, construção de reservatórios, pagamentos por serviços ambientais, onde prevalecerá um ou outro planejamento, conforme fundamentação e força relativa dos atores envolvidos nas composições dos comitês, colegiados formados por representantes do governo, de usuários de águas e da sociedade civil organizada que tenham relação com os recursos hídricos.
Há relativo tempo, temos conselhos, comitês e uma legislação exemplar nas esferas municipais, estaduais e federais, para a gestão de recursos hídricos.
Nas reuniões, podemos: tomar decisões e definir medidas necessárias para o cuidado da água, sua qualidade e quantidade suficiente para o abastecimento da população; produzir e ter acesso a informações sobre todos os rios, lagoas, mares, nascentes e águas subterrâneas da região; propor os usos que serão permitidos para utilização dos corpos hídricos; debater os conflitos relativos ao uso da água e propor soluções; aprovar e acompanhar a execução do Plano de Bacia, que conterá as ações necessárias para recuperação, gestão, conservação permanente e proteção dos recursos hídricos; estabelecer a cobrança pelo uso da água e sugerir valores a serem cobrados, recursos que serão aplicados em ações previstas nos Planos de Bacias.
Ao longo destes anos, têm faltado vontade política e coragem aos governantes, legislativo e à própria sociedade para, enfim, darmos o passo que falta para que sejam criadas as agências dos comitês de bacias das regiões hidrográficas. Trata-se de um ente executivo com recursos financeiros advindo da cobrança pela água, essenciais para pôr em prática os planos/projetos de recuperação/conservação dos corpos hídricos, para que a água não falte para os diversos usos.
Vamos cortar muito na carne, até que aprendamos a dar à natureza o respeito que ela merece.
Donato Velloso, ativista,coordenador do Pacto de Resgate Ambiental, diretor de Ecodesenvolvimento da Acibarra, membro do Comitê Baia da Guanabara e do Subcomitê de Jacarepaguá